Seria a sustentabilidade um diferencial? Analisando os padrões da sociedade contemporânea e os efeitos da inclusão no campo científico

Juliana Davoglio Estradioto
Estudante de Engenharia Química e Biológica e Estudos de Comunicação em Northwestern University. Fundadora do Meninas Cientistas e Coordenadora do ABRIC Aluno na Associação Brasileira de Incentivo à Ciência – ABRIC.
A sustentabilidade é uma das palavras mais discutidas na última década e que viralizou especialmente durante o último ano. Mas, em meio a uma população mundial com tanta opinião e definição sobre sustentabilidade, já paramos alguma vez para pensar sobre: O que realmente é sustentabilidade? Como aplicá-la em nosso dia-a-dia? Será que é somente uma palavra ou um termo para definir uma série de atitudes? Estes e outros questionamentos são pontos principais quando discutimos sobre sustentabilidade.
 
Segundo Feil e Schreiber (2017), “a sustentabilidade pode ser entendida como um reflexo da relação entre o homem e o meio ambiente, sendo que essa relação pode prejudicar o equilíbrio entre a ecologia e o desenvolvimento econômico”. O desenvolvimento sustentável surge como o melhor caminho para solucionar os problemas existentes no mundo, seja na esfera política, cultural, social, ou em outras esferas cruciais para nossa convivência e sobrevivência. E, ao que tudo indica, esse desenvolvimento em prol de um futuro melhor vem se tornando cada vez mais importante em uma escala global.
 
Em 2015, uma nova agenda de sustentabilidade global foi elaborada na Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas e lançada durante a Cúpula de Desenvolvimento Sustentável. Os 17 Objetivos do Desenvolvimento Sustentável são metas para serem atingidas até 2030 e que determinam o curso global de ação para agir em relação a assuntos como pobreza, bem-estar, paz, e proteção ambiental.
 
Com os ODS, surgem questionamentos como: Como alimentar um mundo faminto até 2030? Mas de que forma é possível fazer isto se 1/3 do que produzimos é descartado no meio ambiente? São problemas assim que motivam e inspiram os jovens cientistas brasileiros. Lutando diariamente para desenvolver projetos voltados com o desenvolvimento sustentável e muitas vezes sofrendo com a falta de infraestrutura e apoio, esses jovens mostram que dependemos de mentes inovadoras para um mundo melhor.
 
Você sabia que as emissões globais de dióxido de carbono aumentaram quase 50% desde 1990? Foi por isso que os jovens pesquisadores João Vitor e o Marcos estudaram potencial de uma microalga para reduzir a concentração de CO2 na atmosfera. E sabia que 70% da água disponível no mundo é utilizada em irrigações, sendo que 50% dessas irrigações são malfeitas? Foi assim que surgiu a Raks, um sistema para otimização de irrigação que utiliza um novo sensor de umidade do solo fixo em campo e alimentado por placas solares! E o melhor de tudo: desenvolvido por jovens inovadores!
 
Não existe sustentabilidade sem a participação da humanidade e por isso precisamos refletir sobre nossos impactos e conscientizar toda a população sobre as atitudes que devemos mudar. Daí vem o título desse artigo: defendo que a sustentabilidade não deva ser apenas um diferencial competitivo entre empresas no mercado. A sustentabilidade tem que estar enraizada em cada ação que nós tomamos e ser levada em consideração em todas as esferas.
 
Esses e tantos jovens brasileiros estão agindo em prol de um mundo com desenvolvimento sustentável. Seja nos objetivos para promoção da paz ou do acesso à energia limpa, sempre vão existir muitos Joãos, Marcos, Fabianes e Guilhermes demonstrando o poder que nós jovens temos perante as situações que nos rodeiam!
E você, já fez o que por um mundo mais sustentável hoje?
Referências:
 
ONUBR, 2017. Conheça os novos 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU. Disponível em: <https://nacoesunidas.org/conheca-os-novos-17-objetivos-de-desenvolvimento-sustentavel-da-onu/amp/>.
FEIL, Alexandre André; SCHREIBER, Dusan. Sustentabilidade e desenvolvimento sustentável: desvendando as sobreposições e alcances de seus significados. Cad. EBAPE.BR, Rio de Janeiro, v. 15, n. 3, p. 667-681, julho/2017. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1679-39512017000300667&lng=en&nrm=iso>.

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